sábado, 13 de dezembro de 2008

À Margem

Ele sentou-se diante do lago,

mas não ouviu as cantatas.


Dançou as ondas com os dedos,

mas não sentiu a verdade das águas.


Dos lábios não tocou a profundidade

da luz e não percebeu a fala das pedras.


Pequenos cascalhos clamaram seu nome

entre os galhos, mas os peixes não te disseram.


Musgos aos pés, o leito chorou-lhe em silêncio.


 


 

2 comentários:

Marcelo Novaes disse...
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BAR DO BARDO disse...

O final, na interação "musgos - pés - leito - silêncio", me leva a pensar em outro plano de existência. E, você, Ana Magalhães, sabe exatamente do que estou falando.