Amor de mim
meu azeite em árias
a partitura da fenda
deitada ao leito
marcadas distâncias
entre meus seios
e a nota injusta
nos jardins
de simples desejos.
Amor de mim
jasmins e esperas
nas tantas candeias
de um canto no encontro
das garças entre asas.
Amor de mim
graças nas serras
por sonhadas janelas
cortinas tão vagas
entre as águas remetem
a história e a serenata.
Amor de mim
choro sereno
tão pequeno
nos pigmentados dedos.
Encenadas esperanças
adocicadas
entre licores nas flores.
Amor de mim
madrugada de patenas
cálices de lábios
aguardam a ceia
em esperanto aliança
etérea
nesta dourada tela.
Ana Magalhães
(ilustração: Na Ceia, Ana Magalhães)
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