quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sulamita

Não olheis para o eu estarmorena,

porque o sol me queimou.

Os filhos de minha mãe se indignaram contra mim

me puseram por guarda dasvinhas;

vinhaporémque me pertence,

não a guardei.

(Ct 1-6)

 

 

I

Entre o sol que anseio

esse que não me diz

— lírios e licores, oferto-te:

lágrima-madrugada.

Nas águas das ninfas,

no engano e na musa,

deita-me teu império

frente às muralhas.

 

II

De meus dedos sinceros

confesso-te o ouro e o 

no grão de trigo.

Nascida de uma flor

inesperada

canto-te amores

em aliança da mostarda.

 

III

Amena, cinzelo-te

mulher e o verso

na chama, na macieira.

 

IV

Tua, sou-te a Tulipa.

Nas falas do barro

nas horas das ancas

das cores nas chuvas

e o canto do azeviche.

Tua.

 

V

Pássaro torno-me

em tua pele de sal.

entre o papel e o cansaço,

na ira e o mel

da rocha e a areia;

Pássaro

faço-me nas palmas.

Sou-te no mar.

Nenhum comentário: