Não olheis para o eu estarmorena,
porque o sol me queimou.
Os filhos de minha mãe se indignaram contra mim
e me puseram por guarda dasvinhas;
a vinha, porém, que me pertence,
não a guardei.
(Ct 1-6)
I
Entre o sol que anseio
e esse que não me diz
— lírios e licores, oferto-te:
lágrima-madrugada.
Nas águas das ninfas,
no engano e na musa,
deita-me teu império
frente às muralhas.
II
De meus dedos sinceros
confesso-te o ouro e o pó
no grão de trigo.
Nascida de uma flor
inesperada
canto-te amores
em aliança da mostarda.
III
Amena, cinzelo-te
a mulher e o verso
na chama, na macieira.
IV
Tua, sou-te a Tulipa.
Nas falas do barro
nas horas das ancas
das cores nas chuvas
e o canto do azeviche.
Tua.
V
Pássaro torno-me
em tua pele de sal.
E entre o papel e o cansaço,
na ira e o mel
da rocha e a areia;
Pássaro
faço-me nas palmas.
Sou-te no mar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário