Menti.
Os passos destas páginas
não são brancos.
E os desenhos esfumaçados
são as memórias de um mito.
Menti.
Sou o canto oco desta janela,
o espiral silenciado nas folhas.
A árvore empoeirada.
Minto...
sou o quintal e o outono de um livro.
E divago a face à lágrima das pedras.
Talvez
o lapso da chuva conte-me as verdades.
Um comentário:
A anáfora com o verbo mentir cria o ritmo mas, principalmente, nos leva a cair do cavalo com a última palavra: "verdades". O golpe antitético pulveriza conceitos ortodoxos. Não sei lidar com a natureza como você sabe e lida. Bem que eu gostaria...
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