quarta-feira, 26 de novembro de 2008

A Campa da Tarde

campa da tarde contou-me

morte de dezembro.

E uma catedral barulhenta

 

tomou-me a tenda.

terço vazio falou-me

lendas e ganchos aos pés.

 

queda do vaso no verso

é um breve momento de oração,

um descanso em gesso

 

nesse corredor estreito.

Sou a ironia dos pêssegos de janeiro

num altar que desconheço.

 

um céu macerado que não entendo

escorreu-me pela boca.

Mais uma vez minha lamparina ardeu.

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