Adorno-me de histórias
nos teus longos cílios.
Teu sorriso de menino
soprou-me dragões e heras
e nas asas desses mitos
conto lágrimas nas conchas,
tão sozinhas conchas
de noites e meninas.
Seus vestidos não giram
mais como tulipas d’água,
aquelas uma vez semeadas
nas marés dos azeviches...
Delicados dedos nesse sorriso
e na ciranda um sonho de sementes.
Repares, a nota nos meus negros
ditam luzes de raízes, terras de mim ou de ti.
Tocam auroras e vôos que não me sei,
águas que apenas imaginei...
Vês. Essas letras intentam
a alma das árvores, a lama
da argila deitada à beira no teu rio.
Teus longos cílios talvez
não entendam as partituras
de algodão e tranças, mas saiba...
esse sopro na nota tênue,
no céu distante de lentes
deixa-nos etéreo ao movimento dos peixes.
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