quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Pássaro


Por que etérea traço-te pássaro

nas falas entre as ameias?

 

Por que do vôo na cantiga das

pedras e nos três ângulos unidos?

 

Nas sombras dos mosaicos

pairo asas errantes

 

e o afago inalcançado.

Mantenho-te pássaro

 

nesta aliança de telas;

aneladas nuvens deste

 

azul que não pertenço.

Não me sei mais pássaro

 

no descanso da terra.

Não me sei mais canto

 

nessa elegia de serras.


Ilustração: Teu Nome I, Ana Magalhães

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