Y cuando cantan, parece que están solos
Y cuando miran , parece que están solos
Y cuando sienten, parece que están solos
(Poetas Andaluces, Rafael Alberti, Água Viva)
Verso...
Acalanta-me no silêncio
destas portas negras e
ébrias que desconheço.
No frio destas entrelinhas
carrego um solstício. Só.
E nas mãos uma nota
e penas de sol.
Tempo de linhas
puídas e mós.
Verso...
Colhe as maceras
das raízes suspensas,
acene clamores nas árias.
Nos sinos, vejo telas e eras
entoando a sombra da terra.
Verso...
Na chuva, minha areia e relva
não caminhadas, descalças,
escrevem pequenas claves
partidas,
no intento toque
que nunca alcancei.
Verso...
Toma-me destas vinhas
nunca colhidas,
olvidas.
Pois, só tu sabes
de meus lagares
e asas mergulhadas
nas folhagens.
Verso...
Aceita minha volta,
pequenina, no vácuo,
calada no lapso
do barro
que ninguém
nunca
formou.
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